quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

CARTA DE ROMPIMENTO

ROMPER COM TODO OPORTUNISMO! CONSTRUIR O COMANDO DE LUTAS EM DEFESA DOS DIREITOS DO POVO!

Porto Velho, 10 de janeiro de 2011.

Este ano de 2011 começa com mais uma das doses amargas que a prefeitura de Porto Velho e os donos das empresas de transporte de nosso município tem dado ao nosso povo a cada dois anos. Mais uma vez, por meio de golpes baixos – coisa que já é costume para estes bandos de oportunistas que se revezam não só na prefeitura de nosso município, como também nas verdadeiras farsas que são as “eleições” feitas a cada dois anos para dizer quem serão os novos carrascos do nosso povo – está aumentando o preço das passagens de ônibus de R$2,30 para R$2,60, usando as desculpas mais fajutas possíveis para justificar mais esta manobra desonesta que empreende contra nós.

Para dar combate a isto, conformou-se uma Frente Ampla de Defesa Popular – FADEPO – uma organização que teria o objetivo de congregar um conjunto de movimentos populares com vistas a defender os direitos do povo portovelhense em qualquer situação onde estes direitos viessem a ser ameaçados, tendo como marco inicial a organização da luta contra este aumento abusivo das passagens de ônibus em nosso município.

Na construção da FADEPO, foram definidos um conjunto de princípios que guiaria a sua atuação. Dentre eles, o princípio de que todas as ações tomadas pela Frente seriam decididas coletivamente e o princípio de que não permitiríamos que a Frente fosse utilizada como trampolim político para a politicagem oportunista que busca se utilizar das justas reivindicações e lutas do povo para se auto-promover, sendo que a Frente se guiaria pelo princípio da luta para que o próprio povo, por meio de seus próprios recursos, conquiste estes direitos.

No entanto, alguns elementos infiltrados dentro da Frente e vinculados à politicagem oportunista levaram à quebra dos princípios da Frente e à sua desestruturação. Falamos, aqui, do Diretório Central dos Estudantes da UNIR (DCE/UNIR) – entidade representativa dos estudantes desta Instituição, e que atualmente se encontra numa fase negra de direção por uma corja vinculada ao oportunismo eleitoreiro –, por centrais sindicais que em nada representam os trabalhadores (CUT e CTB) e por capachos de vereadores do município de Porto Velho.

No decorrer da construção da Frente, foram tomadas uma série de deliberações que lhe deram um caráter popular e de luta, e que trabalharíamos no sentido de organizar o povo trabalhador para a conquista de seus direitos. Entretanto, este grupelho, por meio de uma prática sistemática de golpes e sabotagens às ações da Frente, acabou por destruí-la e hoje busca se utilizar de seu nome para lamber as botas dos vereadores dos quais demostraram ser verdadeiros serviçais. No decorrer do processo de construção da Frente e da manifestação realizada ao dia 7 de janeiro deste ano, fizeram várias promessas no sentido de se conseguir material para a organização da Frente e da manifestação. No entanto, à exceção de um membro da direção da CUT que se dispôs a colaborar neste processo de construção, nada cumpriram. Na reuniões onde deveriam prestas contas de suas promessas, tratavam apenas de se justificar pelos compromissos que não cumpriam.

Na realidade, o não cumprimento destas promessas tem um significado bem claro: sabotagem das ações da Frente, conforme expusemos anteriormente. Isto se dá simplesmente pelo fato de que estas pessoas não conseguiram direcionar a atuação da FADEPO para seus interesses eleitoreiros, graças à atuação de vários estudantes contrários a estes interesses e que compuseram a Frente. Dado que não conseguiram direcioná-la, passaram então ao processo de sabotagem, mas não se limitaram a isso: trataram de alterar dados de listas de contatos de forma a entregar nomes e linha de atuação de companheiros que compunham a frente aos seus patrões, numa clara atitude de delação destes companheiros. Para coroar as ações oportunistas dentro da Frente, passaram então a se utilizar de práticas golpistas em seu interior, chamando reuniões sem convocar todos os membros da Frente e, por fim, lançando um panfleto em nome da Frente sem sequer aprová-lo em reunião, quebrando de vez os seus princípios!

Em função da conduta pelega e oportunista destes elementos, concluímos que o trabalho na FADEPO já não poderia avançar dentro dos objetivos que a Frente tomou para si. E nisto concluímos que, para que possamos levar a frente o trabalho que a FADEPO deu início, é necessário que construamos uma nova frente, livre de todo oportunismo que possa vir a operar em seu interior. O caminho para que o povo possa conquistar efetivamente seus direitos é o caminho da luta combativa. E apenas este.

É importante destacar que esta nota assinala um rompimento. Mas é importante destacar aqui também que não estamos rompendo com a FADEPO. Efetivamente, esta Frente já não existe mais, desde que aqueles elementos oportunistas que indicamos logo atrás se utilizaram de suas práticas golpistas para apoderar-se dela. Na realidade, estamos rompendo com estas práticas, práticas essas de desrespeito aos princípios democráticos que sempre guiaram a Frente enquanto ela existiu.

Compreendemos que este rompimento tem o significado real de levar adiante o trabalho que já vinha sendo desenvolvido na FADEPO. Compreendemos também que a FADEPO teve um papel essencial na construção desta luta, uma vez que nos permitiu uma percepção clara da existência de dois caminhos dentro dos movimentos populares: o caminho da luta combativa e o caminho do oportunismo eleitoreiro, e o desmascaramento deste oportunismo enquanto um elemento necessário para que se possa levar a frente a construção das lutas do povo com vistas à conquista de seus direitos.

Ainda assim, é necessário avançar mais nesta luta. Compreendemos, desta forma, que simplesmente uma frente ampla não contempla as necessidades que a luta nos coloca neste momento. Deve ser construído, assim, um Comando de Lutas para que possamos avançar em direção à conquista dos direitos do povo, iniciando-se pela questão do transporte público. Além disso, este Comando deve guiar-se no sentido não de uma defesa popular. O povo, quando devidamente organizado, sabe defender-se perfeitamente. Não precisa de terceiros que venham a defendê-lo, como se ele não possuísse esta capacidade. Devemos nos focar, sim, na defesa dos Direitos do nosso povo, numa luta que será empreendida por ele mesmo e por nós, enquanto parcela componente sua.

Lançamos aqui, desta forma, um chamado a todo o povo portovelhense para que levemos adiante a construção deste Comando. Um Comando que levará adiante os princípios da FADEPO e levará ao avanço do seu trabalho. Um Comando de Lutas em Defesa dos Direitos do Povo, onde seguiremos em frente por meio da luta combativa e o desmascaramento de todo oportunismo que possa vir a tentar se infiltrar em nossa justa luta.


ABAIXO TODO OPORTUNISMO! VIVA A LUTA POPULAR COMBATIVA!

CLDP – COMANDO DE LUTAS EM DEFESA DOS DIREITOS DO POVO

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